segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escola Municipal de Artes João Pernambuco.


“Fruto da criação de um projeto (1887) destinado a oferecer cursos de artes e ofícios para crianças, jovens e idosos da periferia da cidade, e fortalecido (1990) por meio de mobilização comunitária comandada por professores e artistas locais, a Escola Municipal de Arte João Pernambuco foi fundada no dia 23 de agosto de 1991. Na gestão do prefeito João Paulo, a unidade foi impulsionada com a abertura de pelo menos 500 novas vagas e a criação de novos cursos.

Filho de Petrolândia, Sertão do Estado, o violeiro João Teixeira Guimarães (artisticamente João Pernambuco), nasceu no dia 2 de novembro de 1883. Após tocar em feiras livres no Interior e na Capital, João arrumou seu “matulão” com poucos pertences e viajou para o Rio de Janeiro (RJ), em 1904. No sudeste do País, após trabalhar como servente e outras funções, conheceu Catulo da Paixão Cearense, de quem se tornou amigo e parceiro. Entre suas várias composições, a mais popular, em parceria com Catulo, é “Engenho de Humaitá”, mais conhecida como “Luar do Sertão”. Entre os grupos musicais que formou, ao longo da carreira, o mais famoso foi “Os Oito Batutas”, também formado por Donga e Pixinguinha. Seu violão e sua viola silenciaram no dia 16 de outubro de 1947.” Matéria divulgada no site da Prefeitura do Recife(Educação, Esporte e Lazer).

Evento: Porta Aberta ano XII

Durante esta semana, mas objetivamente a partir do dia 13 de junho ao dia 17, durante os turnos da tarde e da noite, a escola de artes estará, como esclarece o nome do evento, abrindo suas portas para que pessoas da comunidade possam ser espectadores dos projetos teatrais que foram desenvolvidos neste primeiro semestre. Contando com alguns problemas estruturais, pelo fato ocorrido durante a cheia do rio, que fez com que uma parte da barreira acabasse desabando, o teatro da escola está interditado, mesmo com esses empecilhos a professora Tatiana seguiu com proposta do evento e ele será realizado da mesma forma que se realizou durante os últimos anos, mantendo viva a sua historia.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Mais um dia de Cinema...

Após as duas primeiras exibições de vídeos na cúria da igreja católica, muitos moradores começaram a retornar as suas casas e vidas cotidianas, o rio já esta com um nível bem mais baixo e esta na hora de recomeçar, tentando reconstruir o que foi destruído e erguer o que a agua levou. Com um numero menor de crianças, foi exibido o filme a Ponte para Terabítia, o que se pode observar é que muitas crianças, que já saíram do abrigo, retornam para o local para rever os amigos que ainda estão por lá e também aproveitar o espaço para brincadeiras. Dessa vez contamos com a participação do coordenador do PET conexões – Encontro sociais e do Pontes de cultura, Normando com sua barba carismática, que foi logo posta em questionamento se era de verdade, por algumas crianças, que não hesitaram em fazer o teste.



O filme que foi exibido trata da questão do poder de imaginação das crianças e suas fantasias sobre os mistérios da vida, o filme visa demonstrar de forma bem divertida e dinâmica, como os jovens Jess Aarons e Leslie Burke utilizando dos seus respectivos imaginário, em conjunto, vão dando forma e vida as suas e historia e desenhos. Os efeitos especiais muito bem elaborados acabam por complementar toda a fantasia exposta, para cada pensante, o mundo real se junto ao abstrato e juntos expressam em cada cena os mitos que são criados naturalmente pelas nossas mentes, uma arvore não apenas o conjunto de raiz, tronco, ramos e galhos, mas sim um gigante que tem muitos de seus aspectos parecidos com os de uma pessoa; os esquilos não são tão burros o quanto se pensa, são bastante espertos e têm um espírito mais sagaz do que se observar com os olhos, essas e outras coisas são vista apenas pela janela do pensamento. É dessa forma que o inato toma forma e se personifica em grandes seres mágicos e inteligentes, tudo isso baseado na mais simples e divertida imaginação das crianças.

Após o filme formou-se uma roda para conversar com as crianças sobre o que eles perceberam, acharam e de relembrar os momentos dramáticos do filme, como a da, suposta , morte da pequena Leslie, se é que de fato ela tenha morrido, pois muitas crianças não acreditaram, diziam elas que ela estava na agua, na selva etc. até não seria necessária acreditar nisso, pelo simples fato de que a grande mensagem do filme é a de que as pessoas continuam vivas na imaginação e nas lembranças que ficam guardadas e expostas em alguns locais simbólicos, o que leva a conclusão de que as pessoas só existem e vivem umas nas outras.

domingo, 29 de maio de 2011

O fascinante mundo do Cinema

O cinema representa uma experiência deslumbrante para quase todas as pessoas do mundo, de todas as culturas, de todos os povos, a “grande tela” com seu gigantismo, de tamanho e de informação, com o seu som acústico estrondeante, que juntos (imagem e som) formam um ambiente em torno das pessoas, que expõe um momento de fascínio e proporcionam uma emoção sensacional e que nunca perde o seu espirito lúdico.



Nos dias 11 e 18 foram exibidos sessões de vídeos, para crianças de 2 a 15 anos, que estão no espaço da Arquidiocese de Olinda e Recife-Cúria Metropolitana, onde estão abrigadas as pessoas que sofreram com a abertura das comportas da barragem de Carpina, acidente que contou com muitos momentos de desespero e agonia para as pessoas que moram em áreas que ficam localizadas nas margens do rio Capibaribe, uma dessas comunidades é a Villa Arraes que se localiza no bairro da várzea. Este momento foi proporcionado pelos integrantes do PET Conexões, juntamente comigo que faço parte do projeto Pontes de cultura, com a finalidade de se estabelecer um vinculo entre a comunidade e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


No momento de preparação do equipamento para a exibição do primeiro vídeo, nós não esperávamos pelo que viria a acontecer, num momento de distração, em que estávamos montando os equipamentos e procurando um ângulo para a imagem no quadro, nós nos deparamos, sem perceber, que a imagem do Datashow estava projetada na parede do auditório, ficamos abismados com esse fato, pois a apresentação do vídeo tomou forma ou chegou muito um perto de ter um aspecto muito perto de um cinema, se isto foi uma grande surpresa para nós nem imagino como foi para algumas daquelas crianças quando entraram no auditório, que algumas podem ter tido sua primeira oportunidade de ter a sensação de estar em um cinema. Aquela imensa tela que deixa qualquer pessoa um pouco acuada e intimidada, com o seu tamanho “monstruoso”, demostrou seu poder logo quando foi iniciada a primeira sessão, isso após varias tentativas, longas e conturbadas, de acalmar as crianças e tentar fazer com que elas prestassem atenção, pelo menos por um momento, em nós, pois de fato elas têm muita energia e vitalidade, de forma tal que elas não paravam de correr pelo auditório. Mas nada como cinema para deixar as pessoas meio que “alienados”, imóveis, estatelados e fixados, só e somente, na grande tela, fora as trilhas sonoras, com seus estrondos que nos deixam um pouco desnorteados e perplexos.


O primeiro Vídeo a ser exibido, no dia 11 de maio, foi Up- Altas Aventuras, o enredo conta as aventuras que Carl (um idoso viúvo com seu sonho de se mudar para o magnífico Paraíso das Cachoeiras, na América do Sul) enfrenta ao conhecer Russel (um garoto escoteiro amante da natureza com seu sonho de protegê-la), Muntz (o explorador difamado buscando restabelecer sua reputação), Kevin (a ave tropical) e Dug (um golden retriever falante). Este filme suscita a importância do respeito aos idosos e a sua trajetória, mostrando que todas as pessoas idosas têm muitas estórias para contar e para contribuir para a formação dos mais jovens.

O segundo filme exibido, no dia 18 de maio, foi Happy feat, onde na nação dos pinguins imperadores que moram na Antártica, a vida se resume basicamente a cantar. Isto causa grande preocupação para Mano, que diferente de todos os pinguins ele não sabe cantar e sim sapatear. O filme ressalta a importância de se respeitar as diferenças entre as pessoas.

A expectativa das crianças sobre o “Cinema Villa Arraes”, se observa quando ao chegarmos, estão todos nos esperando ansiosos para a exibição do próximo filme, que de fato passou a ser uma também uma expectativa do grupo, de podermos proporcionar novamente mais momentos como esse.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Semana Várzea

SEMANA VÁRZEA NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO

O PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PONTES DE CULTURA PROMOVE NOS DIAS 19,20 E 21 DE OUTUBRO A “SEMANA VÁRZEA”. SERÃO TRÊS DIAS RESERVADOS PARA APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS COM GRUPOS CULTURAIS DO BAIRRO DA VÁRZEA E MESAS-REDONDAS SOBRE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE E MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA. AS ATIVIDADES ACONTECERÃO NO CENTRO DE FIOLOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS (CFCH), CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO (CAC) E CENTRO DE EDUCAÇÃO (CE) E ESTÃO ABERTAS AO PÚBLICO EM GERAL. PARA PARTICIPAR NÃO É PRECISO PAGAR NADA. O OBJETIVO DO PROJETO PONTES DE CULTURA É ATIVAR CIRCUITOS DE COMUNICAÇÃO QUE ANIMEM A RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE. MAIORES INFORMAÇÕES NO BLOG DO PROJETO: pontesdecultura.blogspot.com

PROGRAMAÇÃO:

DIA 19/10 (TERÇA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO) –

MESA REDONDA: “EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA”

CONVIDADOS: Edelson de Albuquerque (Mestrando em Pedagogia/UFPE), Luis de la Mora (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano) e Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

MEDIAÇÃO: Normando de Albuquerque Melo (Doutorando em Sociologia – PPGSA/UFRJ, Coordenador Executivo do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 20/10 (QUARTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE”

CONVIDADOS: Antônio Paulo Rezende (Professor do Departamento de História/UFPE), Alexandre Acioli Junior (Graduado em História/UFPE), Carmem Vanderlei (Professora e moradora da Várzea) e Francisco de Lira (Historiador)

MEDIAÇÃO: Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 21/10 (QUINTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA”

CONVIDADOS: Mc Pixote, Alcidésio “Pirulito”, George N’Zambi, Cleiton Amâncio, Sr. Fernando do Côco, Altair da Burrinha e Rodrigo do Frevo

MEDIAÇÃO: França

19 HORAS (TEATRO DO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO) –

APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA DA ESCOLA MUNICIPAL DE ARTES JOÃO PERNAMBUCO

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das Crianças!!!

Dia das crianças não é só ir ao shopping e comprar brinquedos. Pelo menos não na Várzea. Hoje foi dia de grande festa que não deixou ninguém de fora, até mesmo adultos entraram nas brincadeiras e prestigiaram as apresentações culturais. A Várzea é mesmo um bairro onde o sentimento comunitário ainda é muito forte, contrariando o isolamento cada vez maior que os condôminos fechados vêm trazendo para o recife.

O dia das crianças é prova de como os moradores da Várzea sentem-se à vontade na hora de usar o espaço público. Lá ainda existe a conversa de amigos na porta de casa e crianças brincando nas ruas. Mas são as praças que melhor simbolizam este sentimento de pertencimento das áreas publicas, bem como a interação entre seus moradores. Sendo que foi em uma praça que aconteceu a festa das crianças. Uma festa convidativa, na qual que bastava olhar para querer participar.



sábado, 2 de outubro de 2010

Capitulos da História da Varzea

"A HISTÓRIA CHEGA A CAVALO

Num dos últimos dias de dezembro de 1954 um grupo de camponeses atravessou a Avenida Caxangá, no Recife, para um encontro com a História.
Eles não sabiam disso.
A pessoa com quem iriam encontrar, também não.
Não havia nenhum indício, nada que mostrasse que aquele dia, aquelas pessoas, aquele encontro, pudessem ter algo de especial.
O que havia era o de sempre: o calor, que nos jornais da década de 50 muitas vezes era chamado de “infernal”, e um grupo de camponeses vítimas de injustiças, fato que nem merecia a atenção dos jornais.
Os camponeses estavam em uma carroça puxada a cavalo. Em dias anteriores já haviam batido em várias portas, em busca de ajuda, sem nada conseguir. Alguém lhes dera um nome e um endereço. Era para lá que estavam rumando. Talvez não fossem bem recebidos. Talvez tudo não passasse, mais uma vez, de uma esperança frustrada.
Talvez tivessem que voltar para casa sabendo que, na luta em que estavam envolvidos, não poderiam contar com ninguém além deles.
Talvez até estivessem pensando numa dessas coisas quando chegaram a uma rua lateral que dá acesso ao bairro da Várzea e encontraram o endereço que procuravam. Rua Cruz Macedo, 99. Era um casarão em estilo colonial, rodeado de plantas e fruteiras, parecendo um sítio.
Do grupo faziam parte camponeses cujos nomes depois iriam aparecer na Imprensa e nos livros: Zezé da Galiléia, Manuel Severino, Amaro do Capim e o irmão, que se comportava como o líder, José Ayres dos Prazeres, um sujeito alto, de discurso fácil, concatenado. Entraram na casa. Prazeres carregava um monte de papéis debaixo do braço, amarrados por um cordão barato. Adiantou-se e viu dois homens sentados, um deles lendo jornal.
– O que é que você quer? – indagou o que estava sem ler. O tom era firme, mas não agressivo. Naquela casa entrava muita gente à procura de auxílio. Todos estavam acostumados à presença de estranhos.
– Preciso falar com o deputado – respondeu José dos Prazeres.
– Eu sou o deputado – disse o que estava com o jornal.
Era Francisco Julião.
E desse encontro, escondido num subúrbio recifense, teve início o que um autor especializado no assunto classificaria de “o capítulo mais importante da história contemporânea do campesinato brasileiro”."
SANTIAGO, Vandeck. FRANCISCO JULIÃO Luta Paixão e Morte de um Agitador. Recife, Assembleia Legislativa de Pernambuco, 2001.