quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Semana Várzea

SEMANA VÁRZEA NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO

O PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PONTES DE CULTURA PROMOVE NOS DIAS 19,20 E 21 DE OUTUBRO A “SEMANA VÁRZEA”. SERÃO TRÊS DIAS RESERVADOS PARA APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS COM GRUPOS CULTURAIS DO BAIRRO DA VÁRZEA E MESAS-REDONDAS SOBRE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE E MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA. AS ATIVIDADES ACONTECERÃO NO CENTRO DE FIOLOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS (CFCH), CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO (CAC) E CENTRO DE EDUCAÇÃO (CE) E ESTÃO ABERTAS AO PÚBLICO EM GERAL. PARA PARTICIPAR NÃO É PRECISO PAGAR NADA. O OBJETIVO DO PROJETO PONTES DE CULTURA É ATIVAR CIRCUITOS DE COMUNICAÇÃO QUE ANIMEM A RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE. MAIORES INFORMAÇÕES NO BLOG DO PROJETO: pontesdecultura.blogspot.com

PROGRAMAÇÃO:

DIA 19/10 (TERÇA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO) –

MESA REDONDA: “EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA”

CONVIDADOS: Edelson de Albuquerque (Mestrando em Pedagogia/UFPE), Luis de la Mora (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano) e Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

MEDIAÇÃO: Normando de Albuquerque Melo (Doutorando em Sociologia – PPGSA/UFRJ, Coordenador Executivo do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 20/10 (QUARTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE”

CONVIDADOS: Antônio Paulo Rezende (Professor do Departamento de História/UFPE), Alexandre Acioli Junior (Graduado em História/UFPE), Carmem Vanderlei (Professora e moradora da Várzea) e Francisco de Lira (Historiador)

MEDIAÇÃO: Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 21/10 (QUINTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA”

CONVIDADOS: Mc Pixote, Alcidésio “Pirulito”, George N’Zambi, Cleiton Amâncio, Sr. Fernando do Côco, Altair da Burrinha e Rodrigo do Frevo

MEDIAÇÃO: França

19 HORAS (TEATRO DO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO) –

APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA DA ESCOLA MUNICIPAL DE ARTES JOÃO PERNAMBUCO

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das Crianças!!!

Dia das crianças não é só ir ao shopping e comprar brinquedos. Pelo menos não na Várzea. Hoje foi dia de grande festa que não deixou ninguém de fora, até mesmo adultos entraram nas brincadeiras e prestigiaram as apresentações culturais. A Várzea é mesmo um bairro onde o sentimento comunitário ainda é muito forte, contrariando o isolamento cada vez maior que os condôminos fechados vêm trazendo para o recife.

O dia das crianças é prova de como os moradores da Várzea sentem-se à vontade na hora de usar o espaço público. Lá ainda existe a conversa de amigos na porta de casa e crianças brincando nas ruas. Mas são as praças que melhor simbolizam este sentimento de pertencimento das áreas publicas, bem como a interação entre seus moradores. Sendo que foi em uma praça que aconteceu a festa das crianças. Uma festa convidativa, na qual que bastava olhar para querer participar.



sábado, 2 de outubro de 2010

Capitulos da História da Varzea

"A HISTÓRIA CHEGA A CAVALO

Num dos últimos dias de dezembro de 1954 um grupo de camponeses atravessou a Avenida Caxangá, no Recife, para um encontro com a História.
Eles não sabiam disso.
A pessoa com quem iriam encontrar, também não.
Não havia nenhum indício, nada que mostrasse que aquele dia, aquelas pessoas, aquele encontro, pudessem ter algo de especial.
O que havia era o de sempre: o calor, que nos jornais da década de 50 muitas vezes era chamado de “infernal”, e um grupo de camponeses vítimas de injustiças, fato que nem merecia a atenção dos jornais.
Os camponeses estavam em uma carroça puxada a cavalo. Em dias anteriores já haviam batido em várias portas, em busca de ajuda, sem nada conseguir. Alguém lhes dera um nome e um endereço. Era para lá que estavam rumando. Talvez não fossem bem recebidos. Talvez tudo não passasse, mais uma vez, de uma esperança frustrada.
Talvez tivessem que voltar para casa sabendo que, na luta em que estavam envolvidos, não poderiam contar com ninguém além deles.
Talvez até estivessem pensando numa dessas coisas quando chegaram a uma rua lateral que dá acesso ao bairro da Várzea e encontraram o endereço que procuravam. Rua Cruz Macedo, 99. Era um casarão em estilo colonial, rodeado de plantas e fruteiras, parecendo um sítio.
Do grupo faziam parte camponeses cujos nomes depois iriam aparecer na Imprensa e nos livros: Zezé da Galiléia, Manuel Severino, Amaro do Capim e o irmão, que se comportava como o líder, José Ayres dos Prazeres, um sujeito alto, de discurso fácil, concatenado. Entraram na casa. Prazeres carregava um monte de papéis debaixo do braço, amarrados por um cordão barato. Adiantou-se e viu dois homens sentados, um deles lendo jornal.
– O que é que você quer? – indagou o que estava sem ler. O tom era firme, mas não agressivo. Naquela casa entrava muita gente à procura de auxílio. Todos estavam acostumados à presença de estranhos.
– Preciso falar com o deputado – respondeu José dos Prazeres.
– Eu sou o deputado – disse o que estava com o jornal.
Era Francisco Julião.
E desse encontro, escondido num subúrbio recifense, teve início o que um autor especializado no assunto classificaria de “o capítulo mais importante da história contemporânea do campesinato brasileiro”."
SANTIAGO, Vandeck. FRANCISCO JULIÃO Luta Paixão e Morte de um Agitador. Recife, Assembleia Legislativa de Pernambuco, 2001.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um olhar sobre o Campo do Banco

Sem guichê, caixa eletrônico, fila ou estrato e também sem banco de reservas ou alambrado. As margens do campo são como uma extensão do bairro, não há sublevação da vida ordinária e prosaica de todo o dia, a bola rola e quica no chão batido de barro da várzea da Várzea como se fosse um carteiro andando ou um coroa vendendo algodão doce.
Nesse retângulo de massapé com alguns tufos de grama a reivindicar a sua existência, batem pelada doze meninos, ou melhor, onze, pois, há uma menina na brincadeira. Com uma bola dente de leite com um “canarinho” desenhado nela eles jogam apenas com metade do campo e através da barrinha.
A única preocupação deles nesse fim de tarde de suor, palavrão e gols é da bola cair na casa de dona Tonha cuia de Papa, a alcunha é oriunda não de sua calvície, antes fosse, mas sim dela ser o terror das bolas que caem dentro de sua casa que fica quase defronte a uma das traves do campo, com sua faca ela abre à gorduchinha ao meio como se fosse uma melancia oca, branca e de plástico e joga as duas bandas da antiga esfera no campo, pela semelhança com aquele adereço que o Papa usa em sua moleira lha veio o apelido, algumas vezes após esse ritual ludicocida os meninos põem cada cuia dessa na cabeça e saem pelas ruas do bairro como para aliviar a perca da esfericidade perdida.
Catota conhecido pelos seus bicudos, tentou acertar um em Sapuia que estava praticamente se deitando na barrinha para ninguém furar o gol em seu time, porém, por esses ventos e caprichos da má sorte a bola foi cair na praça de São Pedro de gume amolado. O momento foi de expectativa e tensão, a bola tinha sido uma vaquinha do grupo, e estava quase nova, entretanto, a Providência por esses turnos do destino e da menopausa intercedeu a favor da Canarinho em detrimento da Tramontina, e a pelota foi restituída aos seus séquitos e volta ao mundo telúrico ao passo que o sol mergulha no extremo céu vermelho do Ocidente.

(Renato Silva)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Música que homenageia o bairro da Várzea

Em Yoruba Quizomba significa "festa", Quizombêra da Várzea!!

Direção: Paulo Ricardo e George de Souza
Edição: Paulo Ricardo
Assistência de Produção: Barraco Estúdio.
Participação Especial: Tchida Africano (Banda Coração di Negu - Cabo Verde).


http://www.youtube.com/watch?v=6hhl8AneC1o

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vídeo feito na Vila Arraes

Estava procurando coisas no Google sobre a Vila Arraes e encontrei um vídeo que mostra um mutirão de grafite que rolou por lá. Não sei dizer quando foi filmado, mas vale à pena sacar porque as imagens dão uma noção legal de como é a vila Arraes espacialmente. Então é isso, ai vão os links com o vídeo:
1 PARTE
http://www.youtube.com/watch?v=hDhkulouaD4&feature=related
2 PARTE
http://www.youtube.com/watch?v=mNMnICRandM&feature=related
3 PARTE
http://www.youtube.com/watch?v=xcRqxb7WgsY&feature=related

domingo, 5 de setembro de 2010

CONGRESSO DOS VENTOS (Joaquim Cardozo)

Na várzea extensa do Capibaribe, em pleno mês de agosto
Reuniram-se em congresso todos os ventos do mundo;
Àquela planície clara, feita de luz aberta na luz e de amplidão
[cingida,
Onde o grande céu se encurva sobre verdes e verdes, sobre lentos
[telhados,
Chegaram os mais famosos, os mais ilustres ventos da Terra:
– Mistral, com seus cabelos de agulha, e os seus frios de dedos
[finos,
– Simum, com arrepiadas, severas e longas barbas de areia
[quente,
– Harmatã, em fúrias gloriosas e torvelinhos, trazidos da Costa
[da Guiné,
Representante das margens do Nilo credenciou-se Cansim,
E Garbino, enviado das praias catalãs.
Vieram as Monções das margens do Oceano Índico,
Os ventos da Tundra siberiana vieram. . .
E os Alísios desceram do Equador, clandestinos,
Num grande transatlântico.
Chegaram ainda os ventos da América:
– Barinez, respirando doçuras de rios azuis, afluentes do
[Orenoco,
– Pampeiro, eremita e solidão de horizontes sub-andinos,
– Minuano, assobiando longamente a tristeza ritmada das
[coxilhas..
Também os ventos nordestinos se acharam presentes:
O Nordeste e o Sudeste; os ventos Banzeiros,
O Aracati das praias cearenses,
O vento Terral, velho boêmio das madrugadas.
Ventos, muitos e todos, ventos de todos os desertos,
De tempestades selvagens, de escuramente outonos. . .
Nesse congresso em tantas veemências se afirmaram
Quanto em glória e rebeldia se exprimiram. . .
Com açoites e eloqüentes rajadas falou Harmatã;
Com citações de Esopo e de La Fontaine
Comparou as vantagens da energia do sol e a do vento,
Descreveu com minúcia os modernos fornos solares
E admitiu o emprego futuro de ventos magnéticos.
Depois que Cansim relembrou o seu feito guerreiro
Envolvendo em altas nuvens de areia as legiões do rei Cambises
– Isto, há mais de dois mil anos –
Garbino repetiu com sopros noturnos e vagarosos
A velha história do abandono e desprezo dos ventos
Agora, solitários, vagando por todos os quadrantes.
A assembléia inteira levantou-se amotinada;
Um vendaval sem freio, um furacão,
Percorreu aquelas instâncias de planície tranqüila;
Uma onda de revolta se ergueu contra os motores,
Contra os ventiladores e os túneis de vento.
Mas apesar daquele tumultuoso debater de línguas meteóricas
Podia-se ouvir muito bem a voz lamentosa do Nordeste:
– Eu que, há trezentos anos, desembarquei das velas do almirante
[Loncq
Na praia de Pau Amarelo,
Que tremulei nas flâmulas e nas bandeiras das naus de D. Antônio
[de Oquendo
Aqui estou, nesta várzea, reduzido a professor de meninos:
Hoje vivo ensinando a empinar papagaios. . .
Voltando a calma, em alentos de aragens murmuradas,
Terral contou como ajudava as plantas nos amores:
– Levando nas dobras do seu manto o pólen das anteras,
Velivolvendo e suspirando entre ramagens.
Por fim, sucederam-se festas, danças de roda. . .
Músicas e cantos de longes mares tempestuosos,
Rodopios, volteios, caprichos, remoinhos, piões e parafusos. . .
– Com sestros de capoeira exibiram-se o vento Banzeiro e o
[Sulão.
Barinez leu uma mensagem de Romulo Gallegos,
Minuano disse um poema de Augusto Meyer.
E já pelos dias finais daquele mês todos partiram. . .
Erguendo o seu vôo sobre as nuvens varzinas
Regressaram, um após outro,
Para as noites e as tormentas das suas terras natais.
O último que se pôs a caminho foi o vento Aracati:
– Cortou uns talos de chuva
Com eles fez uma flauta
E se foi, tocando e dançando,
E se foi pela estrada de Goiana.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

COLÔNIA DE FÉRIAS.

Tudo começou bem antes... Articulações já vinham sendo feitas na área dos lotes, na Várzea, – próximo à entrada do Instituto Brennand – e delas surgiu a possibilidade de usarmos o espaço do Centro Cultural Várzea do Capibaribe, espaço este cedido pela professora Verônica e seu marido, o também professor Marcos e que já vinha sendo utilizado pela comunidade para aulas de flauta, parto humanizado e uma escolinha Waldorf, para realizarmos nossa “Colônia de Férias Várzea Animada”, em parceria com moradores locais. Após os planejamentos devidos, divulgação e afins foi feito um mutirão com o intuito de revitalizar parte do espaço, que em certas horas da madrugada e sob certos ângulos poderia até ser chamado um tanto tenebroso... Foi um belo momento, estávamos juntos nós, do Pontes, jovens do local e alguns pais, todos com as mãos em vassouras, panos de chão, enxadas e outros equipamentos, limpando, capinando, ajeitando o telhado, dentre outras atividades, com um objetivo em comum, que era o fortalecimento daquele espaço que pode vir a ser um importante local de articulação e convivência na comunidade, quiçá vôos mais altos... De nossa parte foi importante também o fato de, enquanto futuros cientistas sociais, termos descido da “torre de marfim” acadêmica, o suor em nossos rostos nos mostrando que a práxis social envolve um exercício de solidariedade, de compreensão do outro, de cooperação. Um exercício de humanização, em suma.

Iniciaram-se então as atividades de fato da Colônia. Foram oferecidas oficinas de dança, teatro, produção de filmes convencionais e em stop-motion, ética e cidadania, meio-ambiente, além de exibição de filmes (projeto Películas e Idéias), rodas-de-leitura, momentos de confraternização... Considerando falhas e atropelos, foi bem realizada estruturalmente. Mas o mais importante é que o Centro Cultural entrou finalmente no mapa da região, emergindo como espaço de convivência com um certo caráter familiar, – principalmente entre as crianças e adolescentes – algo que sempre esteve entre nossas prioridades: Fortificar a identificação e sentimento de posse da comunidade com o local, sendo o momento de maior êxito quando nossa presença não for mais necessária. É por tais objetivos que continuaremos nossas articulações no local, mas tendo a tranqüilidade de saber que um importante passo foi dado. Aguardem por mais. Digo... Não aguardem, produzam!

Rafael Tenorio
Recife, 27 de julho de 2010.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Após árdua e intensa peleja, em um processo que virou praticamente uma questão de honra para nosso companheiro Teodoro, foram colhidos os primeiros frutos do escambo teatral estimulado pelo Pontes de Cultura. Godot veio! (falo da peça, se quiser saber do personagem ou do que ele representa, só assistindo...) Tivemos um bom público – casa quase cheia – levando-se em conta algumas dificuldades, tais como a chuva que vinha incomodando, mas deu uma trégua, a proximidade do fim do semestre letivo, o fato de ser a primeira vez, dentre algumas outras coisinhas que poderiam ter reduzido bastante o público, mas não o fizeram e isso é o que importa.

Bem, posso afirmar com segurança que foi um sucesso. Vocês não verão notícias sobre o espetáculo em seu jornal ou revista favoritos, mas a articulação se manifestou, o pontapé foi dado (não o inicial, que este se deu nos trabalhos de bastidores, mais para algo do tipo aquele chute de um pouco antes da entrada da área em que a jabulani faz uma curva mortal, engana o goleiro e entra próximo ao ângulo esquerdo, estufando as redes – como é bom este clima de copa...) e a partir de agora as coisas prometem acelerar.

Enfim... O texto é magnífico, os atores, que já estão trabalhando com ele a mais de três anos, estão em uma sintonia interessantíssima, tanto entre si quanto com o texto, além da galera dos bastidores que fez um grande trabalho. (não citarei os nomes, pois já foi feito no post abaixo) Ao final, realizou-se um debate entre a platéia e a galera da produção (atores e bastidores), um papo legal e descontraído (clichê), mostrando-se de fato como um escambo de idéias, angústias e reflexões tanto sobre a peça em si quanto sobre arte num sentido mais amplo.

Aguardem notícias, acompanhem o blog, pois com certeza virá mais. É teatro de qualidade e é de graça! Você não pode perder esta promoção!!!

Rafael Tenorio
Recife, 24 de junho de 2010.

terça-feira, 22 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

TEATRO | “Esperando Godot” se apresenta no teatro do CAC nesta terça

O projeto de extensão universitária Pontes de Cultura, do Núcleo Ariano Suassuna de Estudos Brasileiros, traz para o teatro Milton Bacarelli do Centro de Artes e Comunicação o espetáculo teatral “Esperando Godot”. A apresentação será nesta terça-feira, 22 de junho, às 18 horas e a entrada é gratuita. Após a encenação também haverá um bate-papo entre o público e os atores.

“Esperando Godot” tem texto do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, um dos principais autores do teatro do absurdo, e foi montada em 2009 pelo grupo Teatrocidade Bando como trabalho de conclusão no curso profissional de teatro da Escola Municipal de Artes João Pernambuco, do bairro da Várzea. A direção e a adaptação são do Profº Fred Nascimento; o figurino e a maquiagem, da Profª Tatiana Pedrosa; a cenografia é de atriz e coreógrafa Lau Veríssimo, e a iluminação é da arte-educadora Catarina Brandão e de Rodrigo Oliveira. Compõem o elenco: Ana Carmela, Leonardo Costa, Rodrigo Oliveira e Ronaldo Pereira.

Esta apresentação de “Esperando Godot” marca o início de um escambo de espetáculos entre estudantes de teatro da UFPE e da João Pernambuco, e resulta de uma articulação do projeto Pontes de Cultura junto a estas instituições e seus alunos. A proposta do Pontes é realizar essa troca de espetáculos mensalmente, de forma que estudantes de Artes Cênicas da UFPE apresentem suas produções na escola João Pernambuco e os estudantes desta se apresentem no CAC. Sempre em apresentações gratuitas, abertas ao público em geral.

Com ações como esta, o Pontes de Cultura pretende provocar discussão sobre os espetáculos encenados e promover uma maior aproximação entre a universidade e sua vizinhança. Além disso, entendemos que esse intercâmbio pode desempenhar um papel importante na dinâmica das duas instituições e no aprimoramento profissional dos seus alunos, dando maior visibilidade às suas produções e possibilitando aos seus discentes um maior número de experiências de contato com o público.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Escambo Cultural: Porta Aberta.

Amanhã ás 20 horas na Escola Municipal de Artes João Pernambuco haverá a estréia do Escambo Teatral do Pontes. Todos estão convidados! Nossa primeira apresentação será o espetáculo "Romeu, Romanticamente Eu"di gruo Quarto de Sátiros. Esta peça compõe a programação da Porta Aberta com apresentações, já a partir das 19 horas. O Referido evento veicula as produções artísticas semestrais da escola. Veja a programação abaixo:

A Escola João Pernambuco fica na Rua Barão de Muribeca, n° 216 (Várzea) Tel: 3232-4703

Compareçam!!! É de Graça!!!

"Porta Aberta" Ano XI

DIA

HORA

ESPETÁCULO

Segunda

(14-06)

19h

Sentidos 1- Direção; Patrícia Barreto – 1º período Curso Básico de Teatro (tarde).

19h20'

Mosaico da Vida Inteira (poemas de Manuel Bandeira) Dramaturgia e direção: Fred Nascimento e Lau Veríssimo; 4º período Curso Básico de Teatro.

19h50'

Sentidos 2 – Direção; Patrícia Barreto; 1º período Curso Básico de Teatro (noite).

20h10'

Experimentos em Performance 2 – Orientação: Tatiana Pedrosa; Encenação e concepção: José Farias, Monique, 3º período do Curso Profissional de Teatro.

20h20'

Molduras – Concepção e direção: Junior e Bruna. Dança Contemporânea

20h40'

“As Cinco...” (poema de Garcia Lorca) - Experimentos em Performance 1 – Orientação: Tatiana Pedrosa; Encenação e concepção: Jailson Leonardo, Isis Farias, Helena Brayner, 3º período Curso Profissional de Teatro.

21h

A Gula – Direção: Patrícia Barreto; Lab. Aprofundamento cênico.

Quarta

(16-06)

19h

Ulisses:Experimento Coreográfico1- Dança Contemporânea Direção: Janaína Gomes; Oficina de Dança Contemporânea( turma1).

Dança Contemporânea Direção: Regina Medeiros - Oficina de Dança Contemporânea.

19h30'

Jogos de improvisação Criação Coletiva: 4º período Curso Básico de Teatro; Direção: Francisco Gouveia

20h

Alma Partida – Fragmentos poéticos (poemas de Fernando Pessoa) – Dramaturgia e direção: Tatiana Pedrosa; alunos do 3º período Curso Básico de Teatro (tarde).

20h20'

“Entre Fios” - Experimentos em Performance 4 – Orientação: Tatiana Pedrosa; Encenação e concepção: Silas Samarky, 3º período profissional em teatro.

20h40'

Sentidos 3 – Direção; Patrícia Barreto; 1º período Curso Profissional de Teatro.

Quinta

(17-06)

19h

Gritos na Solidão – Concepção e direção: Helena Brayner.

19h20'

Oráculo - Cia SETEATHOS – Orientação: Silas Samarky; Criação Coletiva.

19h40'

Experimentos em Performance 3 – Orientação: Tatiana Pedrosa; Encenação e concepção: Rose Zacarias, 3º período do Curso Profissional em Teatro.

20h

Romeu, Romanticamente Eu Grupo: Quarto dos Sátiros; Texto e direção: Rafael Barreiros; Elenco: Barreirinhos Elengâncios.

Sexta

(18-06)

19h

Teatro de Bonecos – Direção: Pedro Neto- Oficina de teatro de bonecos.

19h20'

Experimentos em Performance 6 – Orientação: Tatiana Pedrosa; Encenação e concepção: Ghal Freire - 3º período profissional em teatro.

19h30'

Muta – Encenação e concepção: Jaílson de Oliveira; Marineide Paiva; Arielson.

20h

Cabaret – Direção e criação coletiva; Laboratório de Aprofundamento Cênico (Grupo Nós Outros) - Orientação: Fred Nascimento e Tatiana Pedrosa.

sábado, 12 de junho de 2010

Películas

Na última quinta-feira (10 de junho), realizamos a primeira seção do Películas no Centro Cultural da Várzea. A idéia do projeto é exibir um filme que suscite algum tipo de inquietação entre os espectadores. O projeto ainda é incipiente, o público não é muito grande, sendo a maior parte formado por crianças. Devido a isso, optamos por passar filmes acessíveis a todas as faixas etárias.

A primeira seção foi acompanhada por alguns contratempos que acabaram por nos fazer pensar a respeito do formato do projeto, contudo o foco principal continua sendo o mesmo: estimular a reflexão entre os espectadores, sendo o debate apenas uma ferramenta de auxilio.

Apesar de nesse primeiro momento termos um público basicamente infantil, o objetivo é pouco a pouco expandirmos o Películas entre o bairro da Várzea, para que um dia ele ganhe vida própria e se torne mais um meio de mobilização entre a comunidade

Dino F.

quarta-feira, 9 de junho de 2010



Quinta, 10 de junho, às 18h30min o Pontes de Cultura vai exibir o filme A Corrente do Bem. Depois de assistirmos ao filme realizaremos um debate. Aguardamos a presença de todos vocês!

Onde: Centro Cultural Várzea do Capibaribe (pertinho do antigo bar da tripa)

Horário: 18:30.

Não esqueçam de comparecer!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Letra da musica 'Abissal Sou Eu' de autoria de Alexandre Souza e Alcidesio Santana

Várzea do Capibaribe
é toque de caixa é baque de alfaia é rangir de ganzá
Várzea do Capibaribe
é dama que dança é ogã que toca saudando orixá

O vento cantou na mata
quando a alfaia bateu
esses são os ogãs maracatu
e Abissal sou eu
sou eu, sou eu
e Abissal sou Eu

Cheguei galopando num raio
trago na voz o trovão
Pernambuco estampado em meu peito
e o Recife no coração

Batuque escravo
abafado na senzala
se nem o tempo te cala
o açoite não calou
sou tua voz
no ofício da alegria
propagando dia a dia
o baque desse tambor
sou eu sou eu
e Abissal sou Eu

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Letra da música 'Meu Bairro' do grupo Nova Geração

Várzea, um bairro ricamente cultural.
A Várzea, meu lugar de origem.


Refletindo sobre um assunto
Que martela minha cabeça
Por incrível que pareça
Eu vou falar um pouco do meu bairro
A Várzea!
Tem quase a mesma idade do Recife
Maluco acredite,
Foi lá que eu nasci, vivi, cresci
Por isso eu to aqui te convidando pro rolê
.............. Brasilit ou R.B
Os piche em todo canto a gente vê
R.M e Ninho das Cobra
E a celebridade é da localidade
Ambolê e Vila Anita
Malvina e Vila Arraes
Nosso povo pede paz!
Precaução nunca é demais.
Campo do Banco e Seis de Março
Eu gosto do que eu faço!
Por isso eu vou rimando sem embaço
Passando pelos Lote e a Rua da Levada
Sempre dou de cara com a rapaziada
Inocop, bloco oito, Bulani
Essa é a galera que não para de curtir
Família Dale Louco, CDU, que cola no Bigode
Caninha com mel só pra quem pode.
Dá o primeiro gole!
No ensaio de pinote, quase ninguém viu
Cheguei no Beira-Rio!
Pelada da papa: Nem perde nem empata
Sempre tudo acaba em fumaça e cachaça
Se você não sabe ou não conhece
A Várzea é um lugar ricamente cultural
Lá tem muito grupo produzindo a cultura no quintal
Tem o rap, tem reggae, tem o samba
Tem o maracatu e a ciranda
Cavalo-marinho!
No meio dessa estrada Eu não to sozinho,
A várzea tem história pra contar:
Desde o baile funk, o 797
Quem é desse tempo, eu sei que n esquece
Carnaval de rua.....
No meio da avenida só vejo a multidão
Viaja na emoção de trazer a sua memória
Um pouco dessa história
Que ficou guardada no passado
Para sem lembrada no presente
Hoje, tenho orgulho de fazer parte dessa gente


Várzea tu és a minha Várzea querida
De você eu tenho orgulho e me declaro!
Converso sentimento e batidas, Várzea!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Poema dedicado a Maria Luíza (de Joaquim Cardozo)



Eu te quero a ti e somente,
Eu que compreendia a beleza das prostitutas e dos portos,
Que sofri a violência da solidão no meio das multidões das grandes ruas,
Que vi paisagens do céu erguidas sobre a noite do mais alto e puro mar,
Que errei por muito tempo nos jardins deliciosos dos amores incertos e obscuros.

Eu te quero a ti sempre e somente.

Eu te quero a ti pura e tranqüila
Preciosa entre todas as mulheres
Que como rosas, como lírios, sobre mim se debruçaram,
Entre aquelas que de mim se aperceberam
Ao doce esmaecer das tardes luminosas.
Eu te quero a ti pura e tranqüila.
Nos espelhos da memória refletida
Pelas horas do meu tempo transpareces
E o Sol do meu deserto te ilumina
E a noite do meu sono te adormece.
Eu te pressinto no silêncio das verdades que ignoro,
No silêncio e no delírio dos desejos impossíveis:
através de um céu sem nuvens, do céu que é um prisma azul
Eu te revelarei a cor da tempestade
E a refração serena do meu mais íntimo segredo...

Em horizontes de ouro e de basalto

Indicarei o teu caminho
Entre flores de luar...
Farei uma lenda sobre teus cabelos...
Soneto Somente
Nasci na várzea do Capibaribe
De terra escura, de macio turvo,
De luz dourada no horizonte curvo
E onde a água doce, o massapê proíbe.

Sua presença para mim se exibe

No seu ar sereno que inda hoje absorvo,
E nas noites, com negridão de corvo.
Antes que ao porto do seu céu arribe

A lua. Assim só tenho essa planície...

Pois tudo quanto fiz foi superfície
De inúteis coisas vãs, humanamente.

De glórias e de alturas e universos

Não tenho o que dizer nestes meus versos:
– Nessa várzea nasci, nasci somente.


sábado, 17 de abril de 2010

Tarde Lúdica aproxima Comunidade, Universidade e Centro Cultural

O projeto Pontes de Cultura está acompanhando o surgimento do Centro Cultural Várzea do Capibaribe, um espaço próximo a UFPE entre as imediações do antigo “Bar da tripa”. Esta antiga casa que vai se transformando em espaço comunitário funciona com algumas atividades, tais como: Escolinha maternal sob orientação da pedagogia Waldorff, grupo de discussão sobre parto humanizado, aulas de flauta, canto e teatro para criançada além do trabalho de geração de renda que está sendo construído por algumas mães da escolinha.

Nosso projeto de extensão conheceu esta experiência em visitas pela comunidade e já se associou a esta frente de trabalho na ajuda pedagógica a turma da Flauta e teatro bem como na articulação do trabalho com geração de renda. Acompanham mais de perto esta atuação os bolsistas Valmir Assis e Berlano Benis (Alunos de Ciências Socias da UFPE).

Na última quinta feira deste mês (dia 18) participamos de mais uma atividade junto a comunidade da Várzea. Os alunos da turma da flauta e teatro compreenderam a dificuldade no passo mantido em aproximar a circunvizinhança dos espaços de articulação coletiva e propôs uma tarde lúdica convidando as avós para assistir algumas apresentações das oficinas que realizam, assim poderiam aproximar os moradores a essa nova realidade. O que era um momento para homenagear as vovós deu espaço a toda família e logo vinham chegando pais, mães e parentes das crianças.

No início das apresentações Valmir falou um pouco do Centro Cultural e conversou com os moradores sobre o Bairro da Várzea, ali alguns comentaram sobre as mudanças do Bairro nos últimos trinta anos. O bate papo foi preparando terreno para assistir as manifestações culturais dos meninos e meninas. O grupinho intitulado de Raio de Luz apresentou várias músicas na flauta, coreografias, entre elas as Bachianas de Villa Lobos e encerrou com uma pequena peça sobre o meio ambiente onde coreografaram a canção Terra Planeta água de Guilherme Arantes. Encerrando esta atividade Valmir e Berlano agradeceram a participação de todos e todas aproveitando para falar um pouco do projeto de extensão que se desenvolve junto à comunidade local. Por fim como em toda festa tudo acabou com um lanche bem gostoso, preparado por algumas lideranças.



Recife, 22 de março de 2010











domingo, 4 de abril de 2010

Atuação do Pontes até o momento.


Em laranja no canto inferior direito está o CFCH-UFPE.
Em amarelo é o o campo de pesquisa que o Pontes de Cultura está se debruçando até o momento.
Em vermelho está mais ou menos o trajeto que já percorremos - partindo do CFCH, circundando o Campo do Banco, adentrando a comunidade (já descrita por Diego em suas primeiras impressões) e retornando pela Afonso Olindense .



segunda-feira, 1 de março de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Impressões da Primeira Visita

A primeira visita ao bairro da Várzea, para o prévio conhecimento do alcance atual da pesquisa e os caminhos já trilhados, propiciou a descoberta de uma área extremamente heterogênea. Através de poucos passos alcançávamos espaços totalmente diferentes entre si. Iniciamos a visita percorrendo uma comunidade denominada Campo do Banco, vítima de várias carências. Muito lixo na rua, casas apertadas, áreas sem saneamento básico, esgoto correndo a céu aberto são características que compõem o cenário da comunidade. Visitamos o campo que originou o nome da comunidade e nos foi repassado a sua importância como centro principal de sociabilidade e a importância conferida ao mesmo pelos habitantes da comunidade, que já se articularam para evitar que o campo fosse extinto. Dentro de tal cenário visualizei alguns grafites, inclusive um possuía uma mensagem: só a periferia pode salvar a periferia, que talvez reflita uma condição já reconhecida por parte da comunidade. A presença dos grafites com mensagens desse teor comprovavam a existência de uma reação articulada, ainda que reduzida, um reconhecimento da impossibilidade de alcance duma cidadania plena dentro das atuais condições do Campo do Banco. A existência da Casa 99 é outro fato que depõem a favor da existência de um mecanismo de articulação a partir da construção da própria comunidade. Soubemos da ausência de uma sede para a associação de moradores, porém as reuniões acontecem ainda que altamente prejudicadas. Saímos do Campo do Banco e começamos a percorrer a “Várzea Histórica”, povoada por casarões, sedes religiosas, conjuntos habitacionais e com grandes porções de terras pertencentes à igreja e a família Brennand. Foi repassada a informação da existência de uma quantidade de manifestações culturais embasadas na historicidade da Várzea. Em alguns momentos quando caminhava eu percebia certo bucolismo colonial. Pelas as impressões já apresentadas percebe-se o abismo entre o Campo do Banco e a “Várzea Histórica”. Finalizamos a visita na praça da Várzea, centro social do bairro e palco da multiplicidade cultural, onde o maracatu espera acabar o culto para iniciar seus batuques. Diante de tal heterogeneidade e possível imaginar uma bairro desconexo, onde a saudade do passado oculta a carência do presente.

Diego Bezerra