sábado, 12 de maio de 2012

Os enlatados estão ficando indigestos


Os enlatados estão ficando indigestos
A globalização é um termo utilizado para vários âmbitos entre eles: econômico, político e cultural. Este termo carrega um idealismo de unidade entre nações, às facilidades nas transações de mercado, na troca de informações fazem parte deste projeto de um mundo globalizado.
Os países considerados “desenvolvidos” utilizam o termo globalização para amenizar o estilo de expropriação nos países considerados “menos desenvolvidos”, uma ferramenta para esta amenização, e que as formas de consumo sejam as mais parecidas possíveis. Para que esse tipo de padronização de consumo possa ser alcançado à mídia é uma grande porta para isso. Como a TV é considerada a mídia que tem maior penetração nos lares de vários países, ela é o grande suporte para o que considero “domesticação cultural”. “A programação de uma TV que faz parte desta domesticação tem que está repleto de conteúdos e enlatados”, que são programas feitos em países como: Estados Unidos, Inglaterra, Espanha entre outros, que sofrem adaptações para que possam ser transmitidos por emissoras dos países subdesenvolvidos.
Em algumas vezes, estes enlatados não sofrem modificação nenhuma, sendo feita uma cópia do programa original. São recorrentes as opiniões de produtores e diretores de emissoras, que a escolha pelos conteúdos enlatados é explicada pelo seu retorno financeiro, a audiência destes produtos é enorme. A relação do Brasil com os enlatados não é nova, desde a década de 60 que as emissoras transmitem estes conteúdos, neste tempo era forte a exibição de séries, além dos filmes claro.
De 2000 para o ano atual, os realities shows, talk shows, tomaram conta da TV Brasileira, no caso do primeiro citado, acontece uma grande discussão atualmente, um produto totalmente feito para servir como vitrine de publicidades, contribui para algo nos lares brasileiros. É claro que o direito de assisti o que quer é um direito. Porém, a partir do momento em que qualquer conteúdo é veiculado na TV aberta, este produto sofre uma responsabilidade enorme.
A construção de um programa desvinculado de moldes estrangeiros, não é fácil, e, além disso, o apoio é mínimo. Até porque é mais fácil a emissora investir em um conteúdo pronto que já sebe que vai dar certo, do que em algo novo, cujo é uma incógnita. Quem abraça mais esta causa de programas locais são as TVs públicas, porque a audiência não é uma preocupação inerente.
Contudo, existem ótimas produções locais principalmente feitos por produtoras independentes que dão certo. Um exemplo deste é o antigo programa sopa diário, que era comandado por Roger De Renor, que hoje é presidente da TV Pernambuco canal 46. O programa é uma mescla de vários assuntos e sempre tinha uma banda fazendo uma espécie de Pocket Show, e convidados que debatiam sobre diversos temas, muitos destes que não figuravam nas pautas de nenhum jornal. O sopa era bem comentado na roda de bares, entre amigos e principalmente no meio artístico, já que o tema produção cultural local era o cargo chefe da maioria dos programas. Porém, tudo o que é bom (isso na minha super humilde e de vez enquanto, criticada, opinião) dura pouco.
São aquelas desculpas de sempre, o lucro não compensa os gastos, vamos dar uma reformulada na grade de horário, queremos dar oportunidade a outros projetos e ..., bem, ainda há esperança no fim deste túnel, recentemente foi uma lei aprovada no congresso, que obriga as TVs por assinatura a destinarem 60% de sua grade de horário para programas locais, ainda falta passar pelo senado e que a querida presidenta aprove, mas já causou a maior discussão, entre os donos dessas TVs e o governo. Só para lembrar, o direito de transmissão é obtido por meio de uma concessão pública, ou seja o povo que deve( ou pelo menos deveria), conceder essas concessões.

http://www.youtube.com/watch?v=m2Da1FQc0eQ&feature=related Para lembrar, um trecho ai do Sopa Diário.

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