quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Semana Várzea

SEMANA VÁRZEA NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO

O PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PONTES DE CULTURA PROMOVE NOS DIAS 19,20 E 21 DE OUTUBRO A “SEMANA VÁRZEA”. SERÃO TRÊS DIAS RESERVADOS PARA APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS COM GRUPOS CULTURAIS DO BAIRRO DA VÁRZEA E MESAS-REDONDAS SOBRE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE E MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA. AS ATIVIDADES ACONTECERÃO NO CENTRO DE FIOLOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS (CFCH), CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO (CAC) E CENTRO DE EDUCAÇÃO (CE) E ESTÃO ABERTAS AO PÚBLICO EM GERAL. PARA PARTICIPAR NÃO É PRECISO PAGAR NADA. O OBJETIVO DO PROJETO PONTES DE CULTURA É ATIVAR CIRCUITOS DE COMUNICAÇÃO QUE ANIMEM A RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE. MAIORES INFORMAÇÕES NO BLOG DO PROJETO: pontesdecultura.blogspot.com

PROGRAMAÇÃO:

DIA 19/10 (TERÇA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO) –

MESA REDONDA: “EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA”

CONVIDADOS: Edelson de Albuquerque (Mestrando em Pedagogia/UFPE), Luis de la Mora (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano) e Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

MEDIAÇÃO: Normando de Albuquerque Melo (Doutorando em Sociologia – PPGSA/UFRJ, Coordenador Executivo do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 20/10 (QUARTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MEMÓRIA E HISTÓRIA DA VÁRZEA DO CAPIBARIBE”

CONVIDADOS: Antônio Paulo Rezende (Professor do Departamento de História/UFPE), Alexandre Acioli Junior (Graduado em História/UFPE), Carmem Vanderlei (Professora e moradora da Várzea) e Francisco de Lira (Historiador)

MEDIAÇÃO: Berlano Andrade (Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais, bolsista do Projeto Pontes de Cultura)

DIA 21/10 (QUINTA-FEIRA):

14 HORAS (AUDITÓRIO DO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS) –

MESA REDONDA: “MOVIMENTOS CULTURAIS DA VÁRZEA”

CONVIDADOS: Mc Pixote, Alcidésio “Pirulito”, George N’Zambi, Cleiton Amâncio, Sr. Fernando do Côco, Altair da Burrinha e Rodrigo do Frevo

MEDIAÇÃO: França

19 HORAS (TEATRO DO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO) –

APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA DA ESCOLA MUNICIPAL DE ARTES JOÃO PERNAMBUCO

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das Crianças!!!

Dia das crianças não é só ir ao shopping e comprar brinquedos. Pelo menos não na Várzea. Hoje foi dia de grande festa que não deixou ninguém de fora, até mesmo adultos entraram nas brincadeiras e prestigiaram as apresentações culturais. A Várzea é mesmo um bairro onde o sentimento comunitário ainda é muito forte, contrariando o isolamento cada vez maior que os condôminos fechados vêm trazendo para o recife.

O dia das crianças é prova de como os moradores da Várzea sentem-se à vontade na hora de usar o espaço público. Lá ainda existe a conversa de amigos na porta de casa e crianças brincando nas ruas. Mas são as praças que melhor simbolizam este sentimento de pertencimento das áreas publicas, bem como a interação entre seus moradores. Sendo que foi em uma praça que aconteceu a festa das crianças. Uma festa convidativa, na qual que bastava olhar para querer participar.



sábado, 2 de outubro de 2010

Capitulos da História da Varzea

"A HISTÓRIA CHEGA A CAVALO

Num dos últimos dias de dezembro de 1954 um grupo de camponeses atravessou a Avenida Caxangá, no Recife, para um encontro com a História.
Eles não sabiam disso.
A pessoa com quem iriam encontrar, também não.
Não havia nenhum indício, nada que mostrasse que aquele dia, aquelas pessoas, aquele encontro, pudessem ter algo de especial.
O que havia era o de sempre: o calor, que nos jornais da década de 50 muitas vezes era chamado de “infernal”, e um grupo de camponeses vítimas de injustiças, fato que nem merecia a atenção dos jornais.
Os camponeses estavam em uma carroça puxada a cavalo. Em dias anteriores já haviam batido em várias portas, em busca de ajuda, sem nada conseguir. Alguém lhes dera um nome e um endereço. Era para lá que estavam rumando. Talvez não fossem bem recebidos. Talvez tudo não passasse, mais uma vez, de uma esperança frustrada.
Talvez tivessem que voltar para casa sabendo que, na luta em que estavam envolvidos, não poderiam contar com ninguém além deles.
Talvez até estivessem pensando numa dessas coisas quando chegaram a uma rua lateral que dá acesso ao bairro da Várzea e encontraram o endereço que procuravam. Rua Cruz Macedo, 99. Era um casarão em estilo colonial, rodeado de plantas e fruteiras, parecendo um sítio.
Do grupo faziam parte camponeses cujos nomes depois iriam aparecer na Imprensa e nos livros: Zezé da Galiléia, Manuel Severino, Amaro do Capim e o irmão, que se comportava como o líder, José Ayres dos Prazeres, um sujeito alto, de discurso fácil, concatenado. Entraram na casa. Prazeres carregava um monte de papéis debaixo do braço, amarrados por um cordão barato. Adiantou-se e viu dois homens sentados, um deles lendo jornal.
– O que é que você quer? – indagou o que estava sem ler. O tom era firme, mas não agressivo. Naquela casa entrava muita gente à procura de auxílio. Todos estavam acostumados à presença de estranhos.
– Preciso falar com o deputado – respondeu José dos Prazeres.
– Eu sou o deputado – disse o que estava com o jornal.
Era Francisco Julião.
E desse encontro, escondido num subúrbio recifense, teve início o que um autor especializado no assunto classificaria de “o capítulo mais importante da história contemporânea do campesinato brasileiro”."
SANTIAGO, Vandeck. FRANCISCO JULIÃO Luta Paixão e Morte de um Agitador. Recife, Assembleia Legislativa de Pernambuco, 2001.