quarta-feira, 28 de julho de 2010

COLÔNIA DE FÉRIAS.

Tudo começou bem antes... Articulações já vinham sendo feitas na área dos lotes, na Várzea, – próximo à entrada do Instituto Brennand – e delas surgiu a possibilidade de usarmos o espaço do Centro Cultural Várzea do Capibaribe, espaço este cedido pela professora Verônica e seu marido, o também professor Marcos e que já vinha sendo utilizado pela comunidade para aulas de flauta, parto humanizado e uma escolinha Waldorf, para realizarmos nossa “Colônia de Férias Várzea Animada”, em parceria com moradores locais. Após os planejamentos devidos, divulgação e afins foi feito um mutirão com o intuito de revitalizar parte do espaço, que em certas horas da madrugada e sob certos ângulos poderia até ser chamado um tanto tenebroso... Foi um belo momento, estávamos juntos nós, do Pontes, jovens do local e alguns pais, todos com as mãos em vassouras, panos de chão, enxadas e outros equipamentos, limpando, capinando, ajeitando o telhado, dentre outras atividades, com um objetivo em comum, que era o fortalecimento daquele espaço que pode vir a ser um importante local de articulação e convivência na comunidade, quiçá vôos mais altos... De nossa parte foi importante também o fato de, enquanto futuros cientistas sociais, termos descido da “torre de marfim” acadêmica, o suor em nossos rostos nos mostrando que a práxis social envolve um exercício de solidariedade, de compreensão do outro, de cooperação. Um exercício de humanização, em suma.

Iniciaram-se então as atividades de fato da Colônia. Foram oferecidas oficinas de dança, teatro, produção de filmes convencionais e em stop-motion, ética e cidadania, meio-ambiente, além de exibição de filmes (projeto Películas e Idéias), rodas-de-leitura, momentos de confraternização... Considerando falhas e atropelos, foi bem realizada estruturalmente. Mas o mais importante é que o Centro Cultural entrou finalmente no mapa da região, emergindo como espaço de convivência com um certo caráter familiar, – principalmente entre as crianças e adolescentes – algo que sempre esteve entre nossas prioridades: Fortificar a identificação e sentimento de posse da comunidade com o local, sendo o momento de maior êxito quando nossa presença não for mais necessária. É por tais objetivos que continuaremos nossas articulações no local, mas tendo a tranqüilidade de saber que um importante passo foi dado. Aguardem por mais. Digo... Não aguardem, produzam!

Rafael Tenorio
Recife, 27 de julho de 2010.