sexta-feira, 7 de maio de 2010

Letra da música 'Meu Bairro' do grupo Nova Geração

Várzea, um bairro ricamente cultural.
A Várzea, meu lugar de origem.


Refletindo sobre um assunto
Que martela minha cabeça
Por incrível que pareça
Eu vou falar um pouco do meu bairro
A Várzea!
Tem quase a mesma idade do Recife
Maluco acredite,
Foi lá que eu nasci, vivi, cresci
Por isso eu to aqui te convidando pro rolê
.............. Brasilit ou R.B
Os piche em todo canto a gente vê
R.M e Ninho das Cobra
E a celebridade é da localidade
Ambolê e Vila Anita
Malvina e Vila Arraes
Nosso povo pede paz!
Precaução nunca é demais.
Campo do Banco e Seis de Março
Eu gosto do que eu faço!
Por isso eu vou rimando sem embaço
Passando pelos Lote e a Rua da Levada
Sempre dou de cara com a rapaziada
Inocop, bloco oito, Bulani
Essa é a galera que não para de curtir
Família Dale Louco, CDU, que cola no Bigode
Caninha com mel só pra quem pode.
Dá o primeiro gole!
No ensaio de pinote, quase ninguém viu
Cheguei no Beira-Rio!
Pelada da papa: Nem perde nem empata
Sempre tudo acaba em fumaça e cachaça
Se você não sabe ou não conhece
A Várzea é um lugar ricamente cultural
Lá tem muito grupo produzindo a cultura no quintal
Tem o rap, tem reggae, tem o samba
Tem o maracatu e a ciranda
Cavalo-marinho!
No meio dessa estrada Eu não to sozinho,
A várzea tem história pra contar:
Desde o baile funk, o 797
Quem é desse tempo, eu sei que n esquece
Carnaval de rua.....
No meio da avenida só vejo a multidão
Viaja na emoção de trazer a sua memória
Um pouco dessa história
Que ficou guardada no passado
Para sem lembrada no presente
Hoje, tenho orgulho de fazer parte dessa gente


Várzea tu és a minha Várzea querida
De você eu tenho orgulho e me declaro!
Converso sentimento e batidas, Várzea!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Poema dedicado a Maria Luíza (de Joaquim Cardozo)



Eu te quero a ti e somente,
Eu que compreendia a beleza das prostitutas e dos portos,
Que sofri a violência da solidão no meio das multidões das grandes ruas,
Que vi paisagens do céu erguidas sobre a noite do mais alto e puro mar,
Que errei por muito tempo nos jardins deliciosos dos amores incertos e obscuros.

Eu te quero a ti sempre e somente.

Eu te quero a ti pura e tranqüila
Preciosa entre todas as mulheres
Que como rosas, como lírios, sobre mim se debruçaram,
Entre aquelas que de mim se aperceberam
Ao doce esmaecer das tardes luminosas.
Eu te quero a ti pura e tranqüila.
Nos espelhos da memória refletida
Pelas horas do meu tempo transpareces
E o Sol do meu deserto te ilumina
E a noite do meu sono te adormece.
Eu te pressinto no silêncio das verdades que ignoro,
No silêncio e no delírio dos desejos impossíveis:
através de um céu sem nuvens, do céu que é um prisma azul
Eu te revelarei a cor da tempestade
E a refração serena do meu mais íntimo segredo...

Em horizontes de ouro e de basalto

Indicarei o teu caminho
Entre flores de luar...
Farei uma lenda sobre teus cabelos...
Soneto Somente
Nasci na várzea do Capibaribe
De terra escura, de macio turvo,
De luz dourada no horizonte curvo
E onde a água doce, o massapê proíbe.

Sua presença para mim se exibe

No seu ar sereno que inda hoje absorvo,
E nas noites, com negridão de corvo.
Antes que ao porto do seu céu arribe

A lua. Assim só tenho essa planície...

Pois tudo quanto fiz foi superfície
De inúteis coisas vãs, humanamente.

De glórias e de alturas e universos

Não tenho o que dizer nestes meus versos:
– Nessa várzea nasci, nasci somente.